domingo, 10 de julho de 2022

A Broadway na Barra Funda

Nos últimos meses, depois de 2 anos de reclusão durante a pandemia, retomei com intensidade uma grande paixão, o teatro. Desde a adolescência descobri o quanto amava esse universo. Amava ir diversas vezes aos espetáculos que havia gostado muito, colecionava ingressos e críticas de jornal, tentava arrastar todo mundo pro teatro comigo. Enfim, era apaixonada, quase viciada... Além de ir ao teatro, fiz também, por diversão e buscando me  libertar da timidez, alguns cursos livres, no Indac e no Grupo Tapa. Não tinha, nem tenho, pretensões de ser atriz, mas não descarto ainda trabalhar na produção ou divulgação teatral. Aqui no blog, de certa forma, já trabalho na divulgação, espero que desperte a curiosidade, o interesse e, principalmente, a ida de algumas pessoas ao teatro.

Curiosamente, as últimas cinco montagens que assisti eram de teatro musical. Não foi uma escolha minha pelo gênero, mas sim, casualidade... dicas que ouvi na Rádio Eldorado pelo jornalista Ubiratan Brasil, convite de uma amiga e até uma caminhada em frente à PUC, que me fez notar o cartaz de divulgação de "Morte e Vida Severina". Não vou detalhar minha opinião por essa montagem em cartaz no TUCA, mas digo, infelizmente, que não iria de novo nem indicaria... Quebrando a série de musicais, irei assistir "Papa Highirte", de Oduvaldo Vianna Filho, em montagem do Grupo Tapa (que tem feito campanha para não precisar fechar as portas).

Mas, voltando ao musicais, com exceção da peça no TUCA, tive ótimas experiências em todos os demais espetáculos que assisti. A melhor delas foi na última sexta-feira, na estreia de "West Side Story", no Theatro São Pedro, no bairro da Barra Funda. Eu não conhecia a história desse clássico da Broadway, nem no teatro nem no cinema, mas tinha muita convicção de que não poderia perder, pois havia dois importantes nomes envolvidos na produção: Charles Möeller e Cláudio Botelho.

Cláudio Botelho me conquistou por completo em 1998, na peça "Na Bagunça do Teu Coração", quando ele e Cláudia Netto contavam, por meio de músicas maravilhosas de Chico Buarque, uma história de amor. Essa foi uma daquelas montagens que assisti repetidas vezes, comprei o cd da peça, fiquei fascinada.

Na última sexta-feira, tive a confirmação de que, havendo Charles Möeller e Cláudio Botelho envolvidos na produção, um espetáculo impecável será apresentado.

"West Side Story" tem uma produção grandiosa, com 31 atores, que cantam, dançam e interpretam brilhantemente seus papéis (não há qualquer irregularidade no elenco, todos, sem exceção, são incríveis). O cenário de Rogério Falcão tem ótimas soluções, com movimentações ágeis e que mudam completamente a ambientação de cada cena. Foram comprados os direitos da coreografia original de Jerome Robbins e o resultado é uma perfeição, com danças cheias de energia e leveza, ressaltadas ainda mais pelos figurinos cheios de movimento de Fabio Namatame. As músicas de Leonardo Bernstein são interpretadas pela Orquestra do Theatro São Pedro e conduzidas pelo maestro Cláudio Cruz. Como disse Ubiratan Brasil, durante sua dica no "Fim de Tarde Eldorado, "é um espetáculo de encher os olhos".

Será que "West Side Story" entrará na minha lista dos espetáculos que vi mais de uma vez? Claro que sim!  Já garanti meu lugar para uma segunda ida ao Theatro São Pedro antes do final da temporada...

Só digo mais uma coisa: corra para comprar seu ingresso! "West Side Story", assim como tem acontecido com a maioria dos espetáculos ultimamente (algo que tenho tentado entender inclusive, pois, mesmo com teatros lotados, as temporadas tem durado apenas 1 ou 2 meses), termina em breve, no início de agosto. Os preços do Theatro São Pedro são bastante acessíveis, entre R$ 15 e R$ 80 (link abaixo). Garanto que serão duas horas de puro encantamento com essa versão moderna e envolvente de Romeu e Julieta.

https://theatrosaopedro.byinti.com/#/event/westsidestory