quinta-feira, 14 de junho de 2018

No clima junino

Apesar de odiar o frio, eu adoro o mês de junho por causa das festas juninas. A decoração, as músicas, as comidas, as brincadeiras, encontrar os amigos, enfim, eu realmente me divirto. Não tenho certeza, mas tenho a impressão, vendo fotos antigas, que sempre gostei dessas festas.

Sofia gosta muito também. Adora se produzir, fazer "maria chiquinha" no cabelo, pintinhas no rosto, ela entra no clima junino mesmo.

Já o Tomás...

Em 2012, quando ele tinha 2 anos, foi a primeira vez que comprei um figurino junino para que ele usasse. Mesmo torcendo o nariz, ele aceitou colocar um macacão jeans com camisa xadrez por baixo. Mas fiz a besteira de tentar completar o visual com um bigodinho feito com lápis preto de maquiagem... 

Pensem num drama!!! A criança jogada no chão, esperneando, mil lágrimas escorrendo e gritando:

- Eu não quero ir assim, estou feio!!!!

Tentei acalmá-lo, limpei um pouco, mas não saiu completamente. Ficou um borrão, que combinou bem com a cara de choro... Vejam foto abaixo.

Claro que, depois dessa experiência, para não criar traumas nem estragar o programa, nunca mais me atrevi a pintar o rosto do Tomás. Já a camisa, tornou-se um problema. Todo ano, quando chega o comunicado do colégio sobre o figurino da dança, começa o drama. Tomás diz que não quer dançar, não quer usar camisa. São algumas semanas de negociação, com desfecho positivo algumas vezes.

Neste ano, não foi diferente. O comunicado chegou e Tomás foi direto:

- Eu não quero dançar.

Não adianta perguntar o porquê, não adianta tentar negociar. Fui à escola, conversei com a professora, expliquei o problema. Ela me garantiu que conversaria com ele e tentaria fazê-lo mudar de opinião.

Uma semana depois, numa volta para casa, batendo papo no carro, Tomás disse:

- Mãe, sabe com quem eu vou dançar?!!! Com a Duda!!!! - contou ele, super feliz.

Dançar?!!! Ouvi bem?!!! Tentei controlar a felicidade e lidar com a informação como se fosse algo normal. Apenas falei "que legal, Tomás!". Mas a vontade era de gritar "uhuuuu! A Marina (professora) conseguiu!".

Aliviada e confiante, no dia seguinte comprei a camisa xadrez pedida para a dança e fui mostrá-la para ele.

- Olha, Tomás, comprei uma camisa para você usar na festa junina. Você gostou?
- Mas tem que usar camisa?!!!! - disse ele, abaixando a cabeça.

Sábado é a festa, gente. Vamos começar a rezar.



Foto pós-chororô por causa do bigodinho

Festa junina sem fantasia no ano seguinte