terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Eu queria que essa alegria fosse eterna


Tudo começou em 2017, quando ouvi falar que haveria um bloco no sábado de Carnaval bem ao lado de casa, na Praça Cornélia. Avisei as amigas que estavam em SP e que imaginei que pudessem gostar. O dia chegou e lá fomos nós, animadas, mas sem grandes expectativas e com nossos adornos improvisados (eu levo a sério avisos e na divulgação do bloco dizia para ir com um adorno na cabeça).

O que aconteceu foi que, logo de cara, já achei tudo aquilo muito mais divertido do que eu esperava. Na pracinha da igreja, sempre tão pacata, estava estacionado o pequeno trio elétrico em formato de garrafa de cerveja. O grupo de amigos que convidei foi em peso, com toda criançada junto. O trio estava marcado pra sair 16:00 pelas ruas do bairro, mas, um pouco antes disso, veio um aviso... haveria uma missa às 16:00 e, por respeito ao padre e aos frequentadores da igreja, adiariam a saída para 17:00 e mantiveram o som baixinho.

Ficamos por uma hora com um Carnaval inusitado, com clima cool, bem comportado e silencioso. Mas as pessoas continuavam chegando e enchendo a praça...

Às 17:00, Thiago Adorno e a banda Zizelis, com sua vocalista divertidíssima, Paulão (que recebeu o "ão" não apenas por ser enorme em altura, mas também gigante na voz e no carisma), mostraram que quem, assim como eu, achava que só daria uma passadinha rápida num bloquinho, era recomendável avisar em casa sobre repentina mudança de planos... aquele é um bloco pra ficar até o som acabar.

Com uma energia incrível, alto astral, muita empatia com o público e mostrando que eles, principalmente, estavam se divertindo muito com tudo aquilo, Thiago, Paula e todos os músicos e convidados especiais do bloco, levantaram as centenas de pessoas que os seguiram pelas ruas da Vila Romana/Lapa.

Foi muito especial viver aquela tarde. Tão especial que não tive dúvidas de que ali estaria em 2018!

Em dezembro de 2017 me bateu uma ansiedade... mandei mensagem para a página do Facebook do Thiago Adorno perguntando se haveria bloco e se já tinha data definida. Ele, muito atencioso com a desconhecida maluca, respondeu rapidamente. E eu, feliz da vida, coloquei a data na agenda 2018.

Data reservada, amplamente divulgada (falei do bloco até pra atendente de uma loja na Lapa num dia em que fui comprar tule para minha filha produzir a saia de sua fantasia de unicórnio ...rs) e finalmente o dia chegou.

Então no dia 10/02, sábado de Carnaval, depois de um longo ano de espera, fui cheia de energia, glitter e adornos, dançar e cantar a tarde inteira ao lado da minha filha, meu irmão, minha cunhada e de um monte de amigos. 

Nesse ano consegui dar um abraço apertado no meu amigo Will Robson, dj do bloco, que ano passado não tinha visto. Consegui aproveitar cada segundo pra dançar e cantar muito, na tentativa de controlar melhor a ansiedade em repetir a dose no ano seguinte. Quem sabe o cansaço acalma, né... mas não funcionou. A troca de energia é intensa demais, o clima por lá é indescritível.

Em que bloco a gente olha pro lado e vê, no meio a multidão, carrinhos de bebê, cachorros passeando e senhoras de 80 anos fantasiadas e pulando?! Esse é o Bloco do Adorno! Tem tudo misturado, com alegria, com animação, com respeito e com muita vontade de fazer daquele um momento especial.

Conclusão: saí de lá exausta, mas eufórica. Queria contar para todo mundo como foi, queria dançar mais um pouquinho, queria que o próximo bloco não fosse demorar tanto...

Só fica um medo... o bloco já cresceu muito de 2017 para 2018. Não sei se ficar fazendo tanta propaganda positiva será uma boa. Não gostaria que se tornasse mais um bloco super lotado, inviável de ir com crianças ou impossível de dançar sem ser empurrada o tempo todo. Não há como prever o que acontecerá nos próximos anos, mas torço muito para que o Bloco do Adorno continue sendo o melhor bloco de SP. Pra mim, sem dúvida, ele é.

Bloco do Adorno 2017

Bloco do Adorno 2017

Bloco do Adorno 2018

Bloco do Adorno 2018