quinta-feira, 20 de setembro de 2018

O sonho da casa própria


Há 8 anos eu não imaginava que fosse possível ter mais amor dentro de mim. Minha vida e meu coração, até setembro de 2010 estavam preenchidos com uma família maravilhosa, um marido incrível, uma menina ruiva de 2 anos totalmente encantadora e meus dois gatos, Chico e Nina, que, desde 1999, foram meus companheiros em casa (Chico já se foi, abrindo vaga para nossa atual bebezona, a Onze, uma vira-lata canina fofa e divertida de 6 meses).

Porém, descobri que cabia muito mais amor ali onde parecia estar com lotação máxima... 

Na madrugada de 20 setembro, depois de travar completamente ao lado da cama, percebi que não estava passando por uma simples contração. Tomás dava sinais de que era o dia de se apresentar para a família. Entre o momento de ligar para minha mãe (*), às 3:00, pedindo socorro, e o parto terminar, foram 3 horas. 

* Minha mãe foi minha companheira de correria, de contrações violentas, foi quem acompanhou o parto, enquanto o Giva ficava com a Sofia em casa. Achamos que seria (e foi) melhor ele fazer companhia para ela enquanto eu ficava 2 dias na maternidade.

Na sala de parto, logo após o nascimento, o primeiro comentário veio de uma enfermeira:

- Que gracinha! Olha só, ele tem covinhas!!!

E assim Tomás chegou, rapidamente, arrebatando corações com seus furinhos nas bochechas (mostrados logo nos primeiros segundos de vida), com sua tranquilidade, sua alegria, deixando claro que amor nunca é demais, que há sempre mais espaço no coração, por mais que você pense o contrário.

Desde então, 8 anos se passaram!!! Tomás, hoje, é um menino alegre, carinhoso, divertido, adora ficar grudadinho (e cutucando... quando era menor ele gostava de ficar cutucando em baixo das unhas de quem ele tinha intimidade e dava bobeira com a mão ao seu lado. Um carinho um pouco estranho... e dolorido. Hoje em dia ele só aperta ou belisca de leve), ama ficar em casa, adora futebol (com os amigos, na televisão, no estádio, de qualquer forma), entrou de cabeça numa fase "Authentic Games" (ainda não entendi totalmente o que significa, mas descobrir que há um Youtuber que só fala sobre esse tema e é o ídolo da criançada), continua amando muito animais (afirma que será veterinário) e sua nova comida favorita é waffle com mel.

Sua preferência repentina por comer waffles rendeu um presente inusitado. O vovô Oscar deu para ele, avisando, antes do pacote ser aberto, que aquele seria um presente para a família toda. A alegria ao abrir o pacote foi a mesma de uma criança ganhando um brinquedo muito desejado, mas o presente em questão não era um brinquedo... era uma máquina para fazer waffles!

Chegando em casa, muito feliz, abraçando seu presente, ele comentou:

- Sabe, mãe, quando eu for grande, vou morar com 2 amigos.
- Oi?!!!

Como assim? A criança está fazendo 8 anos e já tem planos de sair de casa? Não estou preparada... Embora ache que pode ser algo genético, porque eu sempre desejei e me imaginei morando sozinha e, aos 21 anos, foi o que aconteceu...

Bom, mas voltando ao aniversariante, ele continuou me contando seus planos:

- Eu vou morar com o Léo e o Bruno.
- Que legal, Tomás...
- Ah, e vou levar MINHA máquina de waffle.

Fica então o recado para a família, deixando bem claro que ele discorda do comentário do vovô: a máquina de waffle NÃO é da família, tem dono e destino certo! Já é o primeiro eletrodoméstico da futura casa do Tomás com seus amigos. E viva o sonho da casa própria, viva a independência!