Há 8 anos eu não imaginava que fosse possível ter
mais amor dentro de mim. Minha vida e meu coração, até setembro de 2010
estavam preenchidos com uma família maravilhosa, um marido incrível, uma menina ruiva de 2 anos
totalmente encantadora e meus dois gatos, Chico e Nina, que, desde 1999, foram
meus companheiros em casa (Chico já se foi, abrindo vaga para nossa atual bebezona, a Onze, uma vira-lata canina fofa e divertida de 6 meses).
Porém, descobri que cabia muito mais amor ali onde parecia
estar com lotação máxima...
Na madrugada de 20 setembro, depois de travar completamente ao lado da cama, percebi que não estava passando por uma simples contração. Tomás dava sinais de que era o dia de se apresentar para a família. Entre o
momento de ligar para minha mãe (*), às 3:00, pedindo socorro, e o parto terminar, foram 3 horas.
* Minha mãe foi minha companheira de correria, de contrações violentas, foi quem acompanhou o parto, enquanto o Giva ficava com a Sofia em casa. Achamos que seria (e foi) melhor ele fazer companhia para ela enquanto eu ficava 2 dias na maternidade.
Na sala de parto, logo após o nascimento, o primeiro comentário veio de uma enfermeira:
- Que gracinha! Olha só, ele tem covinhas!!!
E assim Tomás chegou, rapidamente, arrebatando corações com
seus furinhos nas bochechas (mostrados logo nos primeiros segundos de vida), com sua tranquilidade, sua alegria, deixando claro que
amor nunca é demais, que há sempre mais espaço no coração, por mais que você pense o contrário.
Desde então, 8 anos se passaram!!! Tomás, hoje, é um menino
alegre, carinhoso, divertido, adora ficar grudadinho (e cutucando... quando era menor ele
gostava de ficar cutucando em baixo das unhas de quem ele tinha intimidade e dava bobeira com a mão ao seu lado. Um carinho
um pouco estranho... e dolorido. Hoje em dia ele só aperta ou belisca de leve), ama ficar em casa, adora futebol (com os amigos, na
televisão, no estádio, de qualquer forma), entrou de cabeça numa fase "Authentic
Games" (ainda não entendi totalmente o que significa, mas descobrir que há um Youtuber
que só fala sobre esse tema e é o ídolo da criançada), continua amando muito animais (afirma que será veterinário) e sua nova comida
favorita é waffle com mel.
Sua preferência repentina por comer waffles rendeu um
presente inusitado. O vovô Oscar deu para ele, avisando, antes do pacote ser
aberto, que aquele seria um presente para a família toda. A alegria ao abrir o
pacote foi a mesma de uma criança ganhando um brinquedo muito desejado, mas o
presente em questão não era um brinquedo... era uma máquina para fazer waffles!
Chegando em casa, muito feliz, abraçando seu presente, ele
comentou:
- Sabe, mãe, quando eu for grande, vou morar com 2 amigos.
- Oi?!!!
Como assim? A criança está fazendo 8 anos e já tem planos de
sair de casa? Não estou preparada... Embora ache que pode ser algo genético,
porque eu sempre desejei e me imaginei morando sozinha e, aos 21 anos, foi o que
aconteceu...
Bom, mas voltando ao aniversariante, ele continuou me contando seus
planos:
- Eu vou morar com o Léo e o Bruno.
- Que legal, Tomás...
- Ah, e vou levar MINHA máquina de waffle.
Fica então o recado para a família, deixando bem claro que ele
discorda do comentário do vovô: a máquina de waffle NÃO é da família, tem dono e destino certo! Já é o primeiro
eletrodoméstico da futura casa do Tomás com seus amigos. E viva o sonho da casa
própria, viva a independência!