quinta-feira, 10 de maio de 2018

Sem querer, casei no "mês das noivas"

Há pouco mais de 10 anos eu descobri que estava grávida da Sofia. Foi aquele confusão de sentimentos...susto, alegria, medo e tantas coisas mais.  O que eu não esperava era o que vinha na sequência... Eu, toda precavida como sempre, quis me adiantar, pesquisar, no meu seguro saúde, maternidade e obstetra. Liguei na central de  atendimento da seguradora, já com lápis e papel na mão, para anotar as opções. Porém, não tinha nada para anotar, eu não tinha OPÇÕES! Não havia cobertura de parto, era um plano familiar antigo no qual era opcional esse tipo de cobertura!!! Opa, que alegria!!! Podem imaginar que fiquei bem tranquila, claro... Após um período de pânico, tudo se ajeitou. A gestação seguiu em paz, sem sustos.

No 6º mês resolvi ir atrás de mais uma questão burocrática: a inclusão da Sofia no meu NOVO plano (porque é claro que fui obrigada a dar uma atualizada no plano antigo, sem cobertura de parto, que eu tinha desde criança). Então descobri que, para que ela entrasse como minha dependente, por questões legais, eu precisava apresentar minha certidão de casamento à seguradora. Simples. Só tinha um detalhe... eu não era casada... não formalmente.

Casamento formal, com ou sem cerimônia, nunca fez parte dos meus sonhos ou necessidades. Por que oficializar, para que colocar uma aliança? Nunca vi sentido nisso. Pra mim o casamento existe desde o momento em que se divide o mesmo espaço com a pessoa que você escolheu estar, não precisa de documento, anel ou fotos. Não precisa provar ou mostrar nada para ninguém. Porém, descobri que, quando um filho entra na jogada, nem sempre o que a gente acredita, e gostaria, é o que vai de fato fazer. 

E assim, com zero romantismo, zero elegância (me dei conta da tragédia do meu figurino de "noiva grávida" esses dias, revendo minhas fotos), zero planejamento, eu e o Giva casamos, no civil, dia 10 de maio de 2008.

Minha mãe me contou que na hora em que o juiz encerrou a cerimônia no cartório desejando que "a Nossa Senhora do Bom Parto te proteja", minha avó Lydia, que estava ao lado dela, inconformada, falou:

- Nunca imaginei ver minha neta casando assim...

Achei engraçado. Ela sempre foi super sincera e com certeza sei que estava feliz, mas devia achar que, sendo eu a única neta que tinha (depois nasceram só meninos na família!), devia ter tido um casamento "mais alinhado" (achava muito engraçado esse adjetivo que ela usava), devia ter entrado na igreja, linda, de branco, sem aquele barrigão escandaloso..

No cartório, sem festa, com barrigão e figurino lamentável, sem aliança (até hoje! não usamos e não sentimos falta), o que importa é que isso tudo já aconteceu há 10 anos e estamos firmes e fortes, juntos há 15 anos (já estávamos juntos 5 anos antes de assinar um documento), com 2 filhos lindos, 1 gata de 19 anos, morando no nosso terceiro endereço (ou seja, o casamento sobreviveu a duas mudanças e algumas reformas!), sempre com muito diálogo, respeito, companheirismo e muito amor.